segunda-feira, 6 de junho de 2016

Carros elétricos e o futuro dos Hot Rods



Meu sonho é um dia ter meu Hot Rod na garagem, ou de preferência, meu Rat Rod, porém hoje, tenho um carro com motor 1.0 que uso diariamente para trabalho, laser entre outras coisas e mesmo ele sendo movido a álcool já tenho um gasto absurdo de combustível com esse carro mensalmente, agora imagine como seria se tivesse um carro com motor 5.7 V8 movido à gasolina, como seria meu gasto de combustível, mesmo não usando esse carro diariamente!
Sendo assim, dias atrás, estava pensando:
E se um dia o álcool ou o petróleo chegarem ao ponto de não poderem mais serem usados como forma de combustível, o que seria dos carros à combustão? (Lembrei do filme Mad Max, onde curiosamente há uma escassez de combustível, mas todos andam com carros V8 e a maioria com Blower...)
Há algum tempo, em alguns países, já são vendidos alguns carros elétricos (mas que assim como o GNV- gás natural veicular, não sei por qual motivo, ainda não foram muito bem aceitos pelos Brasileiros). 
Então me veio o pensamento: 
Por que não montar um Rat Rod elétrico? 
Achei que a ideia era inédita, porém assistindo a um episódio de Sin City Motors (primeira temporada, Episódio 03) vi que eles montaram um Buick 1928 com motor elétrico e não é que o carro ficou excelente!

 

Nem parece, mas esse Buick 1928 é elétrico...


Embora muitos pensem que carros elétricos e velocidade não combinem, por acharem que carros elétricos não passam de 50 KM/H, se enganam.
Exemplo: Você acredita que os carros de competições sempre foram movidos à combustão? Engana-se.
No inicio, o automóvel era mais uma espécie de “esporte” devido a ser uma novidade e de difícil manejo.
Em 1895 (não... eu não errei a data, é mesmo 1895...), foi fundada na França o “Automobile Club de France” que foi o primeiro clube do mundo dedicado a automóveis e tinha a competência para organizar e homologar competições automotivas.
Pois bem, como o automóvel ainda era uma novidade, podiam concorrer desde carros elétricos, a gasolina ou a vapor, pois todos ainda estavam em desenvolvimento.
Agora, para a surpresa de todos que estão lendo essa matéria, o primeiro carro a marcar um recorde foi o Jeantaud, um carro elétrico pilotado pelo francês Gaston de Chasseloup-Laubat com a velocidade de 63,15KM/H

Jeantaud 1898

A barreira dos 100 KM/H logo seria quebrada ainda em solo Francês, mas por um piloto Belga chamado Camille Jenatz em 1899 a bordo de outro carro elétrico chamado “La Jamais Contente” chegando à velocidade de 105,88 KM/H.

“La Jamais Contente”

As vitórias dos carros elétricos chegaria ao fim em 1902 com o piloto francês Leon Serpollet, pilotando um carro (pasmem) com motor de quatro pistões movido a vapor, chamado Gardner-Serpollet chegando à velocidade de 120,80 KM/H, (a vapor!).

 Gardner-Serpollet de 1902

 Gardner-Serpollet de 1902

Já a primeira vez que um carro com motor a combustão interna quebrou um recorde foi ainda em 1902 com um piloto americano, ainda em solo francês chamado William K. Vanderbilt, chegando aos 121,73 KM/H.
Somente em 1904 Henry Ford já com seus 40 anos de idade, a bordo do seu Ford 999 com um enorme motor de 18,8 litros e quatro cilindros movido a gasolina, conseguiu quebrar um recorde fora do solo Francês, chegando a velocidade de 147,05 KM/H sobre o leito congelado do lago Clair, estado do Michigan, nos Estados Unidos.


Henry Ford e seu Ford 999

Então você deve estar pensando:
Por que se os carros elétricos são tão bons assim, nunca tivemos nenhum no Brasil?
E para maior espanto ainda de quem não conhecia o fato eu digo:
Tivemos sim um carro elétrico no Brasil, na década de 70, chamado Itaipu
O Itaipu era um modelo de porte mini da Gurgel, sendo o primeiro automóvel com motor elétrico desenvolvido na América Latina.

O Itaipu

A carroceria era feita em fibra de vidro e tubos de aço, do tipo Plasteel, (patente Gurgel), com dois lugares e com um chassi tubular de aço integrado a carroceria.
Ele tinha um motor elétrico de 3.000 Watts/120 Volts e 4,2 HP, colocado longitudinalmente embaixo, no centro do carro, com enrolamento de campo em série e paralelo.


Possuía dez baterias de 12 Volts cada uma, ligadas em série (total de 120 Volts), com capacidade de 84 Ah que para serem carregadas, (quando descarregadas a zero), levavam cerca de 10 horas, (ou a 50%, 2 horas e 30 minutos, ou a 10%, 30 minutos).
No protótipo, o desempenho chegou a 30 Km/h, porém, no carro de série velocidade máxima foi de 60 Km/h.

 

Considerando que o carro pesava no total 780Kg (o carro pesava 460 Kg mais 320 Kg das baterias), com 2,65 metros de  comprimento por 1,40 metros de largura e 1,45 metros de altura, até que era uma velocidade boa para um carro elétrico.


Sendo assim, fiquei imaginando como seria o futuro dos Hot Rods (Rat Rods, Kustoms e outros carros antigos em geral).
O próprio Hot Hod surgiu da necessidade de se criar um carro diferente dos oferecidos pelas montadoras após a segunda grande guerra mundial, inovando totalmente o cenário da época com velhas carrocerias da década de 20 e 30 com enormes e modernos (para a época) motores  adaptados que muitas vezes eram encontrados em ferro-velho e desmanche e eram retirados de carros novos batidos. Assim, por que não revolucionar e criar a partir da necessidade (tanto ambiental, como econômica) um novo conceito de Hot Rod elétrico?
Então, pesquisando na internet, encontrei uma empresa chamada AMP=D Electric que juntamente com a Factory Five já desenvolveu um protótipo de um  Ford Hot Rod 1933 e o apresentou no SEMA de 2009 e esse é apenas um exemplo de vários outros Hots que já foram criados a partir de carros antigos.


Também assisti um programa chamado Rods´n Wheels em que a oficina Da Rod Shop, transformou um velho e problemático Fusca 1959 em um potente Fusca elétrico e disputaram até uma prova de arrancada com ele para provar que carros elétrico também corre.

Fusca 1959 transformado pela oficina Da Rod Shop em um potente Fusca elétrico

Agora, fico imaginando no futuro, chegar em casa com um Chevrolet 1951 e ao guardá-lo na garagem, conectar um cabo da tomada ao carro e deixá-lo carregando para sair novamente mais tarde, será que um dia chegaremos a esse ponto? E como disse no início dessa matéria, o que será dos carros à combustão? Serão esses convertidos em carros elétricos ou teremos de comprar combustível em museus e antiquários para usarmos nesses carros? Será que muito em breve trocaremos o cheio de gasolina e óleo por alguns choques?


Abaixo, alguns links de alguns vídeos dos carros citados nesse artigo:

Electric Hot-Rod - First Indoor Test (Ford 1933 elétrico)

Sin City Motors temporada 01, Episódio 03 (Buick 1928 elétrico)


EV West 1963 VW Beetle Electric Car Conversion - Classic Volkswagen DIY EV Bug Kit Walkthrough (fusca 1963 eletrico)

Abaixo mais algumas fotos do Buick 1928 elétrico criado pela Welderup na configuração Rat Rod:


















Abaixo mais algumas fotos do Ford 1933 Hot Rod elétrico criado pela Factory Five e pela AMP=D Electric:





  
Abaixo mais algumas fotos de alguns Fuscas elétricos:










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