Amigos do blog, não, eu não os
abandonei, estou simplesmente "enterrado" no trabalho e só consigo postar alguma coisa na sexta feira.
Sei que estou um pouco (na verdade, muito) ausente, mas essa semana
vou contar uma história de um carro que marcou o mundo em duas épocas,
separadas por 50 anos: 1957 e 2007.
A história de Miss Belvedere, o clássico Plymouth
Belvedere 1957 enterrado e destruído pelo tempo.
Quem me conhece pessoalmente sabe o quanto sou
fanático pelo modelo da Plymouth de 1957 e 1958, desde que assisti, quando
criança, o filme Christine, o carro assassino, prometi que um dia teria um
modelo desses, mas confesso, nunca vi nenhum carro desses pessoalmente, até
tive um Dodge Kingsway 1957 com a carroceria muito parecida com a da Plymouth,
mas, como já me disseram uma vez, não era uma Plymouth...
Enfim, hoje vou falar das minhas duas maiores
paixões no universo automobilístico: Ferrugem e Plymouth.
Imaginem ganhar um Plymouth Belvedere, todo
original de 1957, com apenas 4 milhas no hodômetro que está entrelaçada com a
cultura e o patrimônio local. Parece incrível certo? Ok! aqui está o problema, o
carro não funciona, tudo o que ele tem é apenas ferrugem e lama, e passou os
últimos 50 anos enterrado em um cofre de concreto alagado. Ainda interessado?
Se sim, então a Miss Belvedere é o carro que você queria!
A cidade de Tulsa e a capsula do tempo
Então, por que, exatamente, a cidade de Tulsa
iria enterrar um carro novo em 1957? Simples. Foi a ideia de criar uma cápsula
do tempo! Para comemorar o 50º aniversário do Estado de Oklahoma, a cidade de
Tulsa escolheu para enterrar um novo Plymouth Belvedere 1957 em um cofre
debaixo do gramado do tribunal da cidade (até hoje me pergunto: Porque um Plymouth?, não podia ser um Ford, um Bel Air?).
O Plymouth 1957 não era apenas um carro a ser enterrado repleto de relíquias e lembranças do passado e da cultura da época; mas era também um prêmio. Qualquer indivíduo poderia ganhar o carro, não era sorteio, nem loteria, o que ele tinha que fazer para ganhar essa máquina? Simples, apenas adivinhar com precisão qual seria o número da população da cidade de Tulsa em 2007 e ganharia o carro! Porém, para saber se você foi o ganhador, teria que esperar 50 anos...
O Plymouth 1957 não era apenas um carro a ser enterrado repleto de relíquias e lembranças do passado e da cultura da época; mas era também um prêmio. Qualquer indivíduo poderia ganhar o carro, não era sorteio, nem loteria, o que ele tinha que fazer para ganhar essa máquina? Simples, apenas adivinhar com precisão qual seria o número da população da cidade de Tulsa em 2007 e ganharia o carro! Porém, para saber se você foi o ganhador, teria que esperar 50 anos...
No total, 812 pessoas participaram do concurso.
Muitos itens foram enterrados juntos com o
Plymouth , segue uma relação de alguns deles abaixo:
No porta-luvas:
O conteúdo da bolsa de uma mulher em 1957,
incluindo grampos, tranquilizantes, cigarros e até mesmo uma multa de estacionamento
não paga.
A cópia da chave do carro.
Um microfilme que continha as 812 respostas para
saber quem seria o vencedor do concurso e ganharia o Plymouth Belvedere.
Em uma cápsula cilíndrica, foi enterrado atrás
do carro:
10 galões de gasolina, apenas para o caso de, se no
futuro, em 2007 a gasolina não fosse mais utilizada ou disponível como
combustível.
5 litros de óleo para encher o motor quando
desenterrando em 2007.
Um mapa aéreo Douglas Aircraft Co. das instalações
aeroportuárias.
A mensagem do Conselho de Igrejas de Tulsa, com
uma oração para "o bem maior" para os próximos 50 anos.
Um livro, "História das Igrejas em
Tulsa" e um diretório de todas as igrejas existentes na época.
Declaração do Conselho de Educação, com dados
históricos relacionados com 50 anos de educação em Tulsa.
Vários exemplares da edição impressa "Vida
Escolar" publicação escolar das escolas de Tulsa.
Uma mensagem do então prefeito no escritório e dos
funcionários da Câmara do Comércio.
48 estrelas da bandeira americana e da bandeira
do estado de Oklahoma que tinha sido nomeado a capital nacional do Capitólio do
estado.
Fotos aéreas de Tulsa e áreas adjacentes.
A mensagem dos comerciantes de Tulsa e do Conselho
do Trabalho
Mensagens de todos os ex-prefeitos que viviam na
cidade, suas folhas de serviços e realizações cívicas na cidade, estado e
nacionalmente.
Cópias em papel dos 812 cupons dos concorrentes
para tentar ganhar o Plymouth.
O vencedor do carro também ganharia uma conta
de poupança, aberta no dia em que o carro foi enterrado. Originalmente $
100,00, com 50 anos de juros incluídos igualou uma gritante quantia de $ 700,00
em 2007.
Como o carro foi enterrado durante o auge da
Guerra Fria com a União Soviética o cofre que o continha foi construído de
concreto reforçado, capaz de suportar a explosão de uma bomba nuclear.
Com um grande público assistindo, o carro foi envolvido em um material plástico aderente e foi baixado em seu “túmulo”, o ar foi bombeado para fora e lajes de concreto de espessura de seis polegadas foram colocadas no topo, seguido por mais de dois pés de terra, selando assim o carro em que se acreditava ser uma impermeável cripta da invencibilidade.
Com um grande público assistindo, o carro foi envolvido em um material plástico aderente e foi baixado em seu “túmulo”, o ar foi bombeado para fora e lajes de concreto de espessura de seis polegadas foram colocadas no topo, seguido por mais de dois pés de terra, selando assim o carro em que se acreditava ser uma impermeável cripta da invencibilidade.
Verdades e lendas
Algumas histórias cercaram o carro enquanto ele
repousava no subsolo, como os residentes locais estavam bem cientes da data em
que o carro iria ser aberto, à medida que o ano de 2007 se aproximava, a “febre”
do Plymouth Belvedere começou a se espalhar por toda a cidade, estado e até
mesmo para fora do país. Um site foi criado, chamado BuriedCar.com, apenas para
os fãs do Plymouth que incluíam fotos e fóruns de mensagens, onde, alguns diziam que o carro jamais sairia de seu túmulo de concreto intacto, pois na década de 70, obras próximo ao local poderiam ter avariado ou abalado as estruturas do local onde o carro estava sepultado, outros (a grande maioria) ainda acreditava que o carro estaria exatamente como quando foi enterrado em 1957.
A exumação do carro, seria o maior evento que já aconteceu na cidade. Planejamentos para tal acontecimento começaram com anos de antecedência.
2005-2006. Começam as preparações.
18 meses antes da data prevista para a abertura,
começaram as preparações. Os moradores de Tulsa faziam fila para serem
voluntários em qualquer trabalho, apenas para fazerem parte do que seria o
maior acontecimento histórico de todos os tempos da cidade e por que não, talvez
do país.
A rua ao lado do local onde estava o carro foi
fechada, a grama e sujeira foram escavados e afastados para revelar o cofre de
concreto.
A internet facilmente batia recordes com
pesquisa e mais pesquisa sobre Miss Belvedere (apelido dado ao Plymouth
Belvedere 1957 enterrado a 50 anos). Bloggers estavam realizando o sonho de
suas vidas, escrevendo tudo que podiam a respeito do carro afinal, por quantas vezes
se ouve falar de uma exumação de um carro?
As
pessoas chegavam de todos os lugares (inclusive, teve até Brasileiro participando também)
para olhar o trabalho que os voluntários realizavam
2007. A exumação
Os trabalhadores precisaram de apenas algumas
semanas para abrirem o restante do teto, a fim de inspecionar o veículo para a
exumação.
Estavam todos ansiosos, animados, os olhares
eram todos para eles e finalmente em 14 de junho de 2007 o cofre de concreto foi aberto. A
luz do sol adentrou na cripta pela primeira vez em 50 anos, iluminando o carro e
revelando infelizmente, uma triste visão do interior.
Ainda coberto em seu filme plástico supostamente
impermeável, Miss Belvedere estava submersa até a metade em uma piscina de água
estagnada. Seu cofre de concreto, projetado para sobreviver a destruição
nuclear, simplesmente não foi projetado para ser à prova de água.
Uma inspeção mais detalhada pelos trabalhadores confirmaram que as águas subterrâneas tinham enchido o cofre, irremediavelmente submergindo Miss Belvedere.
Uma inspeção mais detalhada pelos trabalhadores confirmaram que as águas subterrâneas tinham enchido o cofre, irremediavelmente submergindo Miss Belvedere.
Com o filme plástico sendo impermeável ou não,
havia pouca esperança para um carro dirigível agora. Ela agora tinha mais em
comum com o Titanic do que a de um automóvel.
A excitação ainda estava no ar, quando um
guindaste levantou o carro para colocá-lo em uma carreta. Centenas de pessoas
assistiram Miss Belvedere começar sua jornada final ao Centro de Convenções de
Tulsa para sua apresentação, porém por um pequeno rasgo em sua capa plástica,
já dava para se ter uma ideia de que apenas uma limpeza no carro não seria o
suficiente para deixá-lo em condições apresentável novamente.
Apresentando Miss Belvedere
Quase 9.000 pessoas lotaram o Centro de
Convenções de Tulsa para testemunhar a apresentação histórica, um tanto dolorosa
de Miss Belvedere que foi revelada publicamente em 15 de junho de 2007. Puxando
o filme plástico apodrecido revelou-se o verdadeiro estado do carro, uma pilha
enferrujada e comovente de metal. Uma espessa camada de ferrugem cobria cada
polegada quadrada do carro, dentro e fora. O interior estava completamente
apodrecido, o motor completamente oxidado. O famoso e renomado construtor de
hot rods, Boyd Coddington e sua equipe estavam presentes para tentar ligar o
carro, no entanto, isso se revelou impossível devido à condição do carro sem
nenhuma esperança de funcionar novamente.
A exemplo da cápsula do tempo cilíndrica, selada e enterrada
com o carro, de fato, o seu conteúdo foi perfeitamente protegido, intocado por
qualquer ferrugem ou deterioração, a bandeira e pilhas de cartas americana
dobrada parecia tão vibrante como o dia em que foram selados.
Uma inspeção do Belvedere revelou que a
sua estrutura e suspensão estava completamente enferrujado. As molas traseiras
foram quebradas e o quadro de tão frágil que estava, mal conseguia segurar seu
próprio peso.
O vencedor
Se você se lembra, a pessoa de sorte que
adivinhasse qual seria o número da população de Tulsa em 2007 seria a ganhadora do carro!
Parecia ótimo em termos de conceito e até mesmo no papel, mas isso, durou somente até o
momento da revelação.
Raymond Humbertson não adivinhou exatamente o
número, mas foi o que chegou mais próximo da população real de Tulsa. O
problema é que ele faleceu em 1979.
Ok, então o carro vai para a sua viúva certo? Não....
Infelizmente, ela também faleceu em 1988.
Ok, eles têm filhos? também não.
E agora? Bem, o carro passa oficialmente aos descendentes do vencedor, três para ser exato; A irmã de Raymond Humbertson com, na época, quase 100 anos de idade chamada Catherine, seu sobrinho Robert Carney e sua irmã M. C. Kesner.
E agora? Bem, o carro passa oficialmente aos descendentes do vencedor, três para ser exato; A irmã de Raymond Humbertson com, na época, quase 100 anos de idade chamada Catherine, seu sobrinho Robert Carney e sua irmã M. C. Kesner.
Parabéns! Assinando o título de proprietário,
terminou a obrigação da cidade de Tulsa com o veículo e sua condição.
2007-2009 - Começa a preservação
Se havia uma coisa óbvia entre os novos
proprietários de Miss Belvedere, era que o carro precisava de restauração e
limpeza. Os problemas eram os danos que poderiam ser causados tentando fazer
isso num carro nesse estado.
Qualquer
pressão mais forte na suficiente da lataria poderia facilmente atravessar um
dedo através do painel de aço 1/4 de polegada.
Outro problema era que a irmã do vencedor já
não tinha idade para ter ou manter um carro recém-desenterrado em sua posse, e
nenhum dos dois sobrinhos parecia ter muito interesse nisso, também.
Foi então que apareceu Dwight Foster da Ultra
One, uma empresa especializada em produtos de remoção de ferrugem de alta
qualidade que se aproximou dos novos proprietários do Plymouth com uma oferta
de desenferrujar e estabilizar o carro.
Com as “bênçãos” dos proprietários, Miss Belvedere foi transferida para as suas instalações. Eles planejaram estabilizar a oxidação do carro o suficiente para entregá-lo a algum lugar onde pudesse ser restaurado.
O entusiasmo correu alto como a ideia de preservação de Miss Belvedere, começou com muitas esperanças de trazer principalmente o motor de volta, e deixá-lo em funcionamento.
Com as “bênçãos” dos proprietários, Miss Belvedere foi transferida para as suas instalações. Eles planejaram estabilizar a oxidação do carro o suficiente para entregá-lo a algum lugar onde pudesse ser restaurado.
O entusiasmo correu alto como a ideia de preservação de Miss Belvedere, começou com muitas esperanças de trazer principalmente o motor de volta, e deixá-lo em funcionamento.
Os resultados dos testes preliminares
produziram resultados notáveis. Usando dos seus mais seguros anti-ferrugens, a Ultra
One testou vários componentes em torno do carro, em painéis, cromados, aço entre
outras peças. Cada um mostrou uma remoção significativa da ferrugem.
Um Belvedere doador foi conseguido para reconstruir
a estrutura do Miss Belvedere. Os planos foram traçados para puxar o motor e
reconstruí-lo. O otimismo era elevado.
Contudo, se passaram dois anos de trabalho e o
resultado final, não foi dos melhores.
2010 - 2014
Como a primeira década do século 21 chegou ao
fim, o Belvedere mais notório no mundo caiu na obscuridade completa. A nova
década trouxe poucas notícias. 2010 veio e se foi. Como fez 2011 e nada de
novidades.
O “The New York Times” decidiu olhar para o
status atual de Miss Belvedere. Com certeza, eles encontraram o Plymouth infame
enterrado na parte de trás de um dos armazéns da Ultra One totalmente esquecido.
A Ultra One afundou $ 20.000 em processos de
anti-ferrugem em Miss Belvedere e uma vez que estava completa, sua restauração chegou
a um impasse. À primeira vista, sua condição poderia ser considerada bastante
notável. Ela parecia muito melhor do que no dia em que foi revelada. Seu cromo
brilhou mais uma vez e suas janelas voltaram a ser transparentes. Mas isso somente até você chegue perto dela, aí você pode notar as razões de sua
restauração ter sido interrompida.
Uma inspeção mais de perto revela a falta de
esperança em uma restauração completa. Enquanto a lataria tinha sido desenferrujada,
muito do que tinha de ferrugem abaixo da tinta borbulhava para fora da lataria.
O motor tinha uma tal acumulação de sedimentos na mesma proporção, que o tornaram
impossível para ser reconstruído. Nenhuma tentativa foi feita para restaurar o
interior. Com exceção dos traços do painel, mas nada muito diferente do que foi feito em 2007. Acontece que, grande parte da lama dentro do carro é realmente o
que ainda está segurando-o junto.
Os planos para restaurar o carro foram
abandonados por falta de condições do mesmo. Enquanto as molas da suspensão foram
substituídas para corrigir a extremidade traseira que caiu com as molas
quebradas, o corpo está demasiadamente frágil para se substituir as molduras.
Foster agora descreve o carro como "mais do que ferrugem".
Os proprietários e a Ultra One, desde então,
tentaram doar o carro para um museu para uma exposição estática, mas devido as
suas condições até seu transporte se tornaria algo arriscado.
Como um pedaço da história Americana, seu valor
histórico é, sem dúvida, inestimável, mas o mau estado do carro deixou muitos
fazendo pouco caso dele. A cidade de Tulsa rejeitou a ideia de exibi-lo, sem dúvida
até para si distanciar da decepção que o carro trouxe em 2007. O Smithsonian
Institute também se recusou a aceitar o carro afirmando que eles não eram "uma
garagem".
2015 – A ressurreição
Sete anos de exílio, finalmente, acabaram com algumas
boas notícias para a Miss Belvedere. Em Junho de 2015, Dwight Foster finalmente
conseguiu um novo lar para o velho carro enferrujado.
O Auto Histórics Museum of Illinois concordou
em dar a Miss Belvedere um lar permanente entre a sua coleção de 75 carros.
Embora possa não ter sido o final feliz que
muitos esperavam para a história de um carro que ficou 50 anos enterrados e
mexeu com os sonhos e imaginação de muita gente, pelo menos, agora, velho
Plymouth Belvedere 1957 vai viver para as futuras gerações.
Minha opinião pessoal:
Mesmo a câmara sendo a prova de uma explosão nuclear, eu teria colocado o carro dentro de um enorme contêiner de aço reforçado e soldado todas as aberturas e orifícios antes de colocá-lo dentro da câmara.
Não consigo ver as fotos do carro depois de desenterrado e não comparar com o Plymouth 1958 do Filme Christine o carro assassino quando estava abandonado no gramado de George LeBay.
Que coisa! Não precisavam ficar procurando lugares para deixar o carro depois de desenterrado, se tivessem me perguntado antes, podiam ter deixado o Plymouth Belvedere 1957 no estado em que estava, no quintal de casa, eu cuidaria dele como se fosse um carro zero quilometro.
Mesmo a câmara sendo a prova de uma explosão nuclear, eu teria colocado o carro dentro de um enorme contêiner de aço reforçado e soldado todas as aberturas e orifícios antes de colocá-lo dentro da câmara.
Não consigo ver as fotos do carro depois de desenterrado e não comparar com o Plymouth 1958 do Filme Christine o carro assassino quando estava abandonado no gramado de George LeBay.
Que coisa! Não precisavam ficar procurando lugares para deixar o carro depois de desenterrado, se tivessem me perguntado antes, podiam ter deixado o Plymouth Belvedere 1957 no estado em que estava, no quintal de casa, eu cuidaria dele como se fosse um carro zero quilometro.
Nossa que dó! Aqui no Rio grande do Sul tem um Christine, vermelho igual o do filme, na cidade de São Sebastião do caí! Entre outros carros antigos, o cara construiu um celeiro americano com vários carros antigos em frente, e no meio do Jardim do cara está Christine !
ResponderExcluirConheço esse carro, é uma Plaza 4 portas, hoje está anunciada para venda...
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