Se
você viu no artigo Rusty is not a crime part IV a foto de um
carro cor de rosa e branco (é a segunda foto) e achou que era um Studebaker
1950 ou 1951 muito modificado por algum Kustomizador da década de 50 com um
farol na frente e tudo mais, você errou!
E
se ainda está se perguntando, que carro estranho é esse? Eu lhes apresento o
Tucker!
Tudo
bem, você não é nenhum alucinado por carros antigos como eu e ficou apenas
curioso para saber mais sobre o carro.
Então,
antes de você recorrer a wikipedia, eu já vou adiantar o que ela diz sobre
o carro:
O Tucker Sedan foi um modelo avançado apresentado
pela Tucker em Chicago em 1948, sua velocidade máxima era de 193 km/h.
Apenas 51 exemplares foram construídos, sendo que um deles ainda existe em
Caçapava, SP, no extinto museu do colecionador Roberto Lee.
Pronto.
Bem... Na verdade eu não gostei, essa informação foi muito "seca", eu não me contento somente com isso.
Então vamos a uma pequena aula de história (se quiser
assistir ao invés de ler, você pode procurar na sua locadora mais próxima ou na
internet o filme Tucker um homem e seu sonho, filme de 1988 que também mostra
detalhadamente a história).
Não quero escrever um jornal sobre a história, mas bem que daria para escrever até dois, pois são muitas histórias, muitas verdadeiras, algumas falsas e por aí vai.
Para não ficar cansativo, vou fazer um resumo do resumo.
Após a Segunda Guerra
Mundial, o público estava totalmente pronto para os novos modelos de
automóveis, mas as Três Grandes montadoras de Detroit não tinham desenvolvido
quaisquer novos modelos desde 1941. Isso proporcionou grandes oportunidades
para os novos pequenos fabricantes de automóveis.
Quem poderia desenvolver
carros novos mais rapidamente do que os Três Grandes fabricantes de automóveis?
A Studebaker foi
a primeira a introduzir um modelo totalmente novo do pós-guerra, mas Tucker foi
por um caminho diferente, projetando um carro com características
inovadoras de segurança e com um estilo moderno.
Suas especificações continham: Um
motor traseiro de bloco de alumínio plano refrigerado
a água, freios a disco, nas quatro rodas, suspensão independente, injeção
de combustível, a localização de todos os instrumentos ao lado do volante ao
alcance das mãos, cintos de segurança, e um painel acolchoado, entre outras.
Mesmo antes do fim da
guerra, Preston Tucker começou a trabalhar em planos para seu novo
automóvel. No verão de 1944, ele contratou o designer de carros George S.
Lawson para dar o estilo ao seu novo automóvel.
Lawson trabalhou no
projeto por quase um ano antes de sua concepção estrear publicamente, Lawson
foi nomeado o "estilista chefe" da Tucker Corporation, imediatamente
após a formação da empresa.
Em dezembro de 1946,
Lawson se desligou da empresa após um desentendimento com Preston Tucker, e,
pouco depois, Preston contratou o agora famoso estilista Alex
Tremulis da empresa de design Tammen & Denison de Chicago
Alex Tremulis foi
contratado e promovido para o desenvolvimento do projeto de Lawson. Tucker
deu a Tremulis um contrato de três meses, que expirou março 1947 e não foi
renovado. O ponto culminante dos esforços de Tremulis durante esta fase de
desenvolvimento de projeto foi caracterizado em um anúncio de página inteira de
um dos mais conhecidos jornais de design nacional, em Março de 1947.
Tremulis se baseou diretamente na obra de George Lawson, mas incorporou seu
próprio talento artístico.
Simultânea com a partida
Tremulis, Preston Tucker contratou uma equipe de cinco designers da empresa de
design New York J. Gordon
Lippincott , que atualizou o projeto de Tremulis assim como Tremulis tinha
feito com Lawson. Depois de um mês de ausência, Tremulis foi recontratado
e os dois grupos de design independentes desenvolveram dois modelos de argila
em tamanho real, lado a lado em concorrência direta. Fotografias dos dois
modelos mostravam que o design de argila de Tremulis permaneceu inalterado
desde a sua concepção em março 1947 porém, sua proposta não foi escolhido para
a produção. Já ao seu lado, o modelo de argila da equipe Lippincott que
incorporou o perfil lateral desenvolvido por Tremulis antes de sua chegada, foi
escolhido praticamente intacta para o estilo do automóvel de produção.
O Tucker 1948 aparecia
em comunicados de imprensa da empresa e outros materiais promocionais,
combinadas com declarações sugestivas, como "a evolução de 15 anos de
testes produziu o carro do ano".
O fato de nenhum
protótipo estar em execução até o momento foi um dos motivos para a
SEC prestar acusações de fraude e conspiração contra Preston Tucker. A
SEC, no entanto, não conseguiu provar sua acusação, e Tucker foi absolvido de
todas as acusações, em janeiro de 1950. No entanto, a empresa nunca se
recuperou.
O automóvel Tucker foi originalmente chamado de
"Torpedo", mas ficou mundialmente conhecido como Tucker 1948.
O Tin Goose.
O primeiro protótipo em escala real de um automóvel Tucker foi chamado de Tin Goose. O Tin Goose foi construído a partir de um Oldsmobile 1942. O Oldsmobile foi usado como um molde de modo que Alex Tremulis poderia estabelecer na porta os pontos crítico das dobradiças necessárias, a fim de permitir que a abertura da porta se estendesse até a estrutura do teto. Alex tinha a intenção de construir o primeiro Tin Goose de argila, mas a falta de argila para este fim após a guerra o impediu. Ele também poderia ter construído a partir de madeira, mas ele não tinha as ferramentas para isso disponíveis no momento. O carro foi concebido como um estilo simulado, e Alex decidiu faze-lo de metal porque ele tinha um grupo de artesãos de metal superiores disponíveis.
Durante o julgamento da Tucker Corporation, Alex Tremulis foi intimado pelo tribunal como testemunha no julgamento. Robert Downing, o assistente de promotor público, tentou convencer Alex a admitir que o nome de Tin Goose implicava que o Tucker era uma miscelânea de peças, já que foi construída a partir de um velho Oldsmobile. Alex insistiu que o nome de Tin Goose era um apelido que eles usaram na loja, e que era uma forma carinhosa de se referir ao carro, e que não havia nada no uso da construção que mostrava que o carro era uma pilha de lixo.
Na Automobile Quarterly Vol 4 Número 1, Alex disse que se ele soubesse que o nome de Tin Goose seria usado como um instrumento para serem os pregos no caixão da Tucker Corporation, ele teria pessoalmente esculpido o carro de mármore.
O Tin Goose foi originalmente equipado com o motor de 589 cid e com acoplamentos de movimentação de fluidos. O carro foi posteriormente equipado com um motor de 355 cid e uma transmissão Cord.
Mas vamos ao que interessa, fotos do carro...
O desenho totalmente inovador do carro
Jim Gaylord e Alex Tremulis no Tucker Styling Studio em 1949.
Preston Tucker
Desenhos pendurados na parede da Tucker Styling Studio
Folheto do Tucker Torpedo de 1947. Este desenho (conceito) abaixo, inclui uma direção posicionada no centro do carro, portas envolventes até acima do teto e para-lamas dianteiros que viravam quando o carro fazia uma curva. Esses recursos nunca chegaram a produção.
O Tucker Torpedo (Protótipo)
Notem que nesse protótipo, mais avançado, os para-lamas dianteiros são integrados a carroceria e não viram, sendo que apenas o farol central (ciclope eyes) vira seguindo a direção dos pneus.
Notem que nesse protótipo, mais avançado, os para-lamas dianteiros são integrados a carroceria e não viram, sendo que apenas o farol central (ciclope eyes) vira seguindo a direção dos pneus.
Abaixo, o Tin Goose
Abaixo, o Tin Goose
Abaixo, o Tin Goose
Abaixo, o Tin Goose
Preston Tucker dentro de sua criação no final de 1948.
Abaixo, alguns Tucker e seus destinos.
O Tucker 1023
O Tucker de número 1023 foi destruído em um incêndio no final dos anos 70, enquanto ele aguardava por restauração num armazém de uma fábrica de colchão que queimou até o chão. Os restos do carro após o incêndio foram triturados em 1980 e enterrados sob a garagem de um dos fundadores da TACA (Tucker Automobile Club of America).
Acredita-se também que o Tucker 1023 foi o mesmo Tucker que correu em Canfield Speedway na corrida Memorial Day 1951. O carro foi conduzido por Joe Merola e ficou por último, sem completar uma volta. A razão pela qual o carro de Merola não terminou uma volta era porque o carro quebrou um eixo traseiro direito.
Tucker 1023 na corrida de 1951 Memorial Day em Canfield Speedway
O Tucker 1023 após o incêndio
O Tucker 1023 indo para o triturador
O Tucker 1018
O Tucker 1018 foi destruído em 1948. Ele deslizou para o lado e bateu em uma árvore, enquanto viaja em alta velocidade perto da intersecção da Rd. Olean e Blakely em East Aurora, Nova Iorque, em agosto de 1948. Um guincho rasgou o carro ao meio ao tentar removê-lo da árvore. Os restos do carro foi devolvido à Bradford, Pennsylvania.
Os remanescentes do quadro estão localizados em Grand Rapids, Michigan e alguns painéis da carroceria estão em Roscoe, Illinois.
Abaixo, o Tucker batido contra a árvore.
Abaixo, resto do Tucker 1018
O Tucker 1027
O Tucker número 1027 capotou, ele é um dos quatro Tucker de 1948 que não sobreviveram. Suas peças foram usadas para restaurar outros Tuckers.
Esta foto de setembro 1948 mostra o Tucker 1027 depois que capotou duas vezes durante os testes de resistência no Indianapolis Motor Speedway. O acidente foi a 90 mph.
Uma das exigências de segurança de Preston Tucker foi posta a prova nesse acidente. Caso o Tucker batesse ou viesse a capotar, seu para-brisa deveria se soltar da carroceria sendo expelido para fora do carro para evitar causar ferimentos em seus ocupantes, e foi exatamente o que aconteceu nesse acidente.
O Tucker 1054
A única informação que consta no TACA (Tucker Automobile Club of America) sobre esse carro, é que suas peças podem ter sido usadas para completar o Tucker 1051.
O Tucker 1055
Não consegui encontrar nenhum relato, nem mesmo no TACA (Tucker Automobile Club of America) sobre esse carro, apenas alguma fotos do que sobrou de sua carroceria, mas não informando o estado onde se encontra e nem o que aconteceu.
O Tucker 1051
O Tucker 1051 não foi concluído na fábrica Tucker, por isso não é tecnicamente considerado um dos 51 carros originais (Tin Goose + 50). O carro foi terminado na década de 1980, provavelmente usando o chassis do Tucker 1054, peças remanescentes originais do Tucker (incluindo um motor Tucker original) e para-choques de fibra de vidro recém moldados.
Acima o Tucker 1051
O Tucker 1052C modelo 2015
O Tucker 1052C é um carro de construção nova, por isso não é tecnicamente considerado um dos 51 carros originais (Tin Goose + 50). Este carro foi concluído em julho de 2015 e foi construído a partir de peças e partes de carros sucateados que sobraram. Foi usado como base os restos do chassis de teste Tuckermatic (não era completo), assim, consequentemente, nunca teve um número de chassis ou número de série de fábrica.
Este carro contém peças do Tucker número 1018, do Tucker número 1027, do Tucker número 1030, pequenos pedaços e restos de carrocerias de outros Tuckers. Muitas dessas peças foram mantidas juntamente com os restos do chassi Tuckermatic em várias coleções ao longo dos anos.
O chassis Tuckermatic original foi projetado especificamente para testar a transmissão automática do Tucker, assim, possui poucas semelhanças com os chassis usados nos carros de produção. O quadro tinha uma travessa única concebida para ir para cima e sobre a transmissão Tuckermatic, em vez de uma barra transversal em forma de V habitualmente utilizado nos motores e transmissões. O braço transversal Tuckermatic tem basicamente a mesma forma para acoplar o radiador e motor de montagem transversal, mas virado de cabeça para baixo para limpar a transmissão.Este carro contém peças do Tucker número 1018, do Tucker número 1027, do Tucker número 1030, pequenos pedaços e restos de carrocerias de outros Tuckers. Muitas dessas peças foram mantidas juntamente com os restos do chassi Tuckermatic em várias coleções ao longo dos anos.
Ele usa algumas peças originais do Tucker como por exemplo o motor de Tucker e a transmissão Y-1, além de outras peças pequenas como painel e botões vindo de outros Tuckers sucateados.
Acima, o Tucker 1052C modelo 2015
O Tucker 1043 abaixo, antes de ser restaurado.
Não sei muito sobre a história desse Tucker, a única informação que consegui foi de que ele foi restaurado e depois vendido em um leilão da Barrett Jackson realizada em 21 de janeiro de 2012..
O Tucker 1043 abaixo, durante a restauração.
O lance final ficou em impressionantes US $ 2.650.000.00
O Tucker 1035
Abaixo o único Tucker que chegou ao Brasil, o Tucker 1035.
Ele foi extensamente modificado durante anos e passou pelas mãos de alguns proprietários no Brasil, provavelmente será impossível de reverter as modificações feitas usando uma base e mecânica de um Cadillac.
O Carro pertence ao Museu Roberto Lee, conhecido originalmente como “Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas – MPAM” que está localizada na cidade de Caçapava-SP, essa foto é provavelmente da década de 80, quando o museu foi fechado e o Tucker era usado como andaime por pessoas que invadiam o local para vandalizar e saquear os carros que ali ficaram.
Hoje o museu voltou a ter sua glória do passado com direito até a tapete vermelho para os visitantes dos carros que estão em exposição e ali está o único Tucker Brasileiro.
Uma grande surpresa é que o Tucker foi limpo, higienizado e recebeu em seu cofre o motor de um Cadillac e funcionou como se estivesse nos anos 50! Até participou de alguns eventos de carros antigos pelo Brasil, Tal proeza nem mesmo o próprio Roberto Lee deve ter visto! Mais uma vez, a glória vai toda para os entusiastas do Museu.
OBS: Se você ficou curiosos e se interessou pela história do único Tucker Brasileiro, recomendo que você leia a revista Classic Show, edições: 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 67 e 69 que fez um estudo surpreendente como nunca visto em nenhuma outra revista ou publicação nesse país sobre esta unidade, encontrando e entrevistando as famílias de antigos proprietários do carro e até mesmo antigos proprietários do carro que relataram fatos históricos sobre o carro com várias fotos e documentos que contam como esse carro veio parar em terras tupiniquins... Recomendo, você não vai se decepcionar.
Foto da revista Classic Show Magazine
Um Tucker 1948 conversível?
Existem várias controvérsias sobre a existência de um Tucker conversível legítimo.
O proprietário Alegou ser o único Tucker 1948 construído como uma base de duas portas e conversível, o Tucker atraiu críticas de muitos entusiastas do carro, incluindo Jay Follis do Tucker Automobile Club of America, que emitiu um comunicado em 2009 notando que o clube não encontrou nenhuma evidência de que a fábrica havia construído tal carro. O proprietário no entanto, apresentou-o como um protótipo único construído secretamente na época em que a produção piloto dos carros de quatro portas de Preston Tucker terminou.
Será?
Transformar um Tucker em Hot Rod seria uma heresia?
Calma, O hot rod Tucker "Lower 48" é o resultado do trabalho árduo da Rob Ida Concepts, uma empresa de Nova Jersey com longas raízes nos negócios de automóveis. O avô de Rob, Joe, tinha uma concessionária da Tucker em 1947, mas, infelizmente, a própria Tucker saiu do negócio. Embora Joe nunca tivesse seu próprio Tucker, seu filho Bob e neto Rob, decidiram construir um do zero usando a tecnologia moderna para fazer um carro de uso diário com a aparência de um original.
O corpo é uma recriação composta usando esquemas emprestado de John Tucker, Jr. e medições de um original. Por baixo, o chassis é feito com armação de tubos transversais e tecnologia da Cadillac NorthStar 4.6L V8 resultando em 392 cv. O motor está na parte traseira, assim como o original.
Embora eles tenham produzidos apenas três até agora, um original para o avô Joe, um segundo que está em um museu japonês e este, eles não estão pensando em fazer mais desses. Estes são individualmente feitos a mão, máquinas de altíssima qualidade, construídos ao longo de anos e a Rob Ida Concepts tem um monte de projetos em andamento, por isso, se você quiser um, mesmo se eles concordarem, você pode ter que esperar por muito tempo.
Agora fotos de vários Tucker para apreciação.
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