quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Carros antigos nacionais


Sim, eu confesso: Sou fanático por carros antigos, principalmente os modelos americanos da década de 50, porém o ser humano tem a capacidade de evoluir e na minha evolução relacionada a carros antigos, evolui na questão de admiração pelos modelos nacionais.
A primeira vez que dirigi um carro foi aos 12 ou 13 anos de idade e aprendi a dirigir num Fusca 1977 vermelho que pertencia ao meu pai.
Desde então, incentivado pelas revistas de carros antigos que começava a tratar do assunto, foquei na compra de um carro antigo americano, porém, sempre que eu ouvia falar que alguém tinha visto ou que tal pessoa tinha um carro antigo, geralmente quem me dava à dica, sempre errava o nome ou modelo do carro.
Já perdi as contas de quantas vezes me disseram que tal pessoa tinha um Chevrolet Impala e ao ir verificar era um Chevrolet Opala, ou que fulano tinha um “calhambeque 1929” em casa e na verdade era um MP Lafer e que Beltrano tinha um carro igual ao usado no filme do Mad Max (Ford Falcon XB 1974 interceptor) e ao ir verificar, era um Ford Maverick.
Não me entenda mal, não estou desmerecendo nenhum desses carros, pelo contrário, considero todos fantásticos, mas na época, não eram considerados antigos e sim, apenas carros usados e também tem o fator de se criar uma expectativa de ver um carro que não se vê todos os dias e ao chegar ao local, (muitas vezes a quilômetros de casa), era um carro que o amigo da rua de baixo tinha igual (só para tentar expressar a sensação de decepção na época).
Não culpo ninguém por isso, ninguém é obrigado a ser expert em algo que não o atrai (eu, por exemplo, acho cachorro lindo, mas não entendo nada de raças) e devido a essas dicas, acabei fazendo novas amizades com pessoas que compartilham do mesmo gosto meu, os carros, sejam antigos ou usados.
Bem, por que estou falando sobre isso então?
Recentemente conversando com um amigo no trabalho, ele me deu uma dica.
Como ele sabe da minha grande admiração por modelos da Dodge, ele me disse que numa rua aqui próximo do trabalho, havia um Dodge abandonado na rua e como de costume, lá vou até o local munido da minha câmera para fotografar o tal carro.
Ao chegar ao local descrito, realmente o carro existe, mas constatei que novamente me deram uma dica errada, não era um Dodge e sim um Ford Landau.
Como disse antes, não culpo ninguém por não saber modelo ou ano de carros antigos e até que gostei de ver esse Landau, mas depois eu fiquei pensando:
Hoje, tem muita gente que está começando a se interessar por carros antigos, um pessoal mais novo e não sabe muito sobre o assunto e acabam confundindo um modelo com outro.
Sendo assim, decidi tentar (eu disse tentar) mostrar algumas formas de como diferenciar um modelo de outro, para assim, os que estão iniciando nesse maravilhoso mundo dos carros antigos terem uma base de pesquisa para tentar diferenciar um modelo de outro.
Claro que também não sou nenhum expert no assunto e se eu falar alguma besteira pode ter a total liberdade de entrar em contato por e-mail ou mesmo deixando uma mensagem aqui no blog, eu até agradeço pela ajuda.
Como vivemos no Brasil e a grande frota de veículos antigos que roda em nosso país ainda é nacional, nada mais justo do que mostrar alguns veículos nacionais então que muitas vezes as pessoas confundem um com o outro.
Não vou colocar o modelo ano a ano, desde seu lançamento até seu último modelo, isso seria matéria de páginas e páginas e não é essa minha intenção, vou apenas demonstrar rapidamente alguns modelos e falar algumas características dos mesmos.
Obs: As fotos dos veículos foram todas encontradas na internet, se alguém por algum motivo não concordar que seu carro apareça nessa matéria, por favor, entre em contato que eu retiro a foto.

 Imagem do Google Maps, Ford Landau

Vamos a alguns clássicos nacionais:

Chevrolet Opala:
Já fiz aqui no blog uma postagem sobre o Chevrolet Opala (http://blogdoski.blogspot.com.br/2016/07/opala-lenda.html), porém muita gente costuma confundir, principalmente o nome do carro com o seu primo maior americano, o Impala.
Na verdade, pode se dizer que o Opala é uma mistura de dois carros, tendo a carroceria do alemão Opel Rekord C misturada com a mecânica do americano Chevrolet Impala.
Existem Opalas de duas e quatro portas, com câmbios de 3, 4 e 5 marchas manuais sendo as 3 marchas na coluna de direção e as de 4 e 5 marchas no “chão” e também com câmbios de 3 e 4 velocidades automáticos. Tiveram motores de 4 e 6 cilindros movidos a gasolina e a álcool. Embora você possa ter visto em revistas e na internet, nunca saiu de fábrica nenhum modelo de Opala (Opala, Diplomata, Comodoro ou Caravan) com motor de 6 cilindros em V, sempre foram fabricados com motores 4 e 6 cilindros em linha, assim como também não saiu de fábrica, nenhum Opala com motor V8 (talvez esse tenha sido o maior erro da Chevrolet, não lançar um modelo do Opala com um motor V8 350).
Existe uma perua da linha Opala chamada Caravan e embora existam algumas fotos rodando por aí, nenhuma delas saiu originalmente de fábrica com 4 portas, todas eram 2 portas (Em 1986 a GM lançou a versão Diplomata da Caravan, que tinha o interior igual ao do Opala Diplomata, cogitou-se ainda a versão 4 portas da Caravan, que nunca foi produzida em série pela Chevrolet, mas, em São Paulo, a indústria de cabines duplas Sulam, em conjunto com a Concessionária Guaporé, desenvolveu a Caravan 4 portas, porém poucas unidades foram montadas.) Nenhum Opala possui 4 faróis na grade dianteira, (havia um kit da Envemo para adaptar mais dois faróis na frente, porém nunca saíram assim de fábrica) todos tinham apenas as lanternas e dois faróis (isso ajuda muito a diferenciar por exemplo um Chevrolet Impala 1968 de um Chevrolet Opala 1969 (sem falar na diferença de tamanho, pois o Impala é mais largo e maior).
Abaixo algumas fotos do Opala: 










Ford Maverick:

O Ford Maverick é um carro que foi fabricado nos Estados Unidos a partir de 1969 com apelo de esportivo familiar, mas que era apertado demais para tal finalidade (na minha opinião pessoal foi um “tiro no próprio pé” da Ford, que já possuía outros  esportivos como o Mustang e o Mercury Comet, que basicamente era o mesmo Maverick com grade e capô diferentes).
O Ford Maverick foi fabricado no Brasil de 1973 a 1979 em versões exclusivas, com detalhes diferentes dos americanos, com motores 4, 6 e 8 cilindros.
Em 1967 a Ford tinha operações ainda pequenas no Brasil, adquiriu o controle acionário da fábrica da Willys Overland no país. Porém, os modelos da Willys, que haviam sido remodelados em 1962 ainda eram originários do pós-guerra e já estavam bastante defasados no início da década de 1970, por outro lado, o Galaxie já vinha sendo fabricado desde 1967, mas era demasiadamente luxuoso e caro, com acessórios como direção hidráulica, ar condicionado e câmbio automático. E a General Motors do Brasil, com a marca Chevrolet, lançou em 1968, para abocanhar a faixa de mercado dos carros médios de luxo, o Opala. A Ford, então, precisava de um carro com estilo e desempenho para os padrões brasileiros, de médio-grande porte.
A decisão então foi fabricar aqui no Brasil o Ford Maverick que possuía versões de 2 e 4 portas e se diferencia do Chevrolet Opala principalmente pela carroceria mais esguia (inspiradas nos muscle cars americanos com desenhos inspirados nas garrafas de Coca-Cola).
Assim como a Chevrolet Caravan 4 portas, originalmente, nunca saiu de fábrica um Ford Maverick Perua (existem algumas versões lindas e raras fabricadas pela concessionária paulistana Souza Ramos em 1976, executado pela Sulamericana Carrocerias transformada a partir de um Maverick sedã, Não há números oficiais de produção, mas estima-se que foram abaixo de 100 unidades construídas, sendo que menos de 20 se encontram em perfeitas condições).

Abaixo algumas fotos do Maverick:






Dodge:

A marca Dodge já existe nos Estados Unidos desde 1900, fabricando desde carros, Pick-ups a até caminhões.
Durante os anos 60, o Brasil vivia uma época de pleno crescimento na quantidade de empresas produtoras de veículos no país. Além da Volkswagen, operavam no setor automotivo as companhias DKW Vemag, IBAP, Puma, Simca e Willys Overland do Brasil.
A General Motors e Ford já possuíam fábricas há muitos anos, porém a fabricação de automóveis ainda não havia começado, existindo apenas modelos importados. A Chrysler, que já havia montado modelos seus, da Dodge e da Plymouth, durante os anos 50, em regime CKD junto ao Grupo Brasmotor, via no Brasil uma grande oportunidade para a expansão de seus negócios. Para adentrar ao mercado brasileiro, a solução encontrada foi a aquisição da Simca do Brasil, divisão da francesa Simca, cuja propriedade e direitos foram adquiridos, à nível mundial, pela Chrysler Corporation.
Num primeiro momento, todos os modelos Simca, como Chambord, o Presidente e o Simca Esplanada, continuaram em produção, porém tiveram sua marca alterada para a empresa americana. A Chrysler do Brasil, contudo, aplicou diversas modificações aos veículos, principalmente em termos de ajustes mecânicos, com a finalidade de sanar seus problemas.
Mas a filial brasileira não pretendia apenas manter os modelos da extinta Simca do Brasil. Alçava voos mais altos, como reproduzir a linha americana no país e fazer frente aos novos concorrentes recém-lançados, o Chevrolet Opala e o Ford Galaxie; bem como ao veterano Aero Willys. Foi em 1969 que o primeiro fruto da investida no Brasil apareceu; era lançado o Dodge Dart, um sedã de porte médio com motor V8 de 318 polegadas.
A Chrysler do Brasil lançou vários modelos nos anos seguintes, como o Dart SE, o Dart Coupé, o Le Baron, o Magnum o Charge, o Polara (que muitos não consideram um legítimo Dodge) e o Charger R/T, que era o modelo mais esportivo da montadora, fabricado até 1980 utilizando a carroceria do Dodge Dart como base (modelo igual ao Dodge Dart americano de 1968-1969), e adereços especiais como grade frontal diferenciada (diversas versões ao longo dos anos), extensões na coluna traseira (alongamento extra dando aparência de maior agressividade/esportividade), teto em vinil na mesma cor do seu acabamento interior, rodas Magnum (opcionais), pneus radiais (opcionais), falsas entradas de ar no capô, motor de alta compressão e 215 cavalos de potência, faixas e interior em couro, dando um destaque único ao Dodge Charger brasileiro, e com alguns detalhes inexistentes nos modelos americanos e australianos.
Muitos dizem que existiu um modelo de Dodge Volkswagen de plaqueta, pois em 1980 a Volkswagen do Brasil adquiriu todas as ações da Chrysler do Brasil, desligando o controle americano sobre a filial brasileira, mas é mentira, penas nos últimos até aproximadamente o chassi 92.850 as plaquetas são Chrysler Motors e a partir daí são VW Caminhões, na verdade, apenas os 150 últimos Dodge saíram com plaquetas VW Caminhões .
Não existe Charger R/T 1981, o último modelo é o 1980. A Chrysler descontinuou o modelo sem fazer alarde após ter vendido apenas 19 unidades do modelo 1980 (aí você vai me dizer: Eu já vi uma propaganda do Dodge Charger R/T 1981! E eu respondo: Se você reparar bem verá que é a mesma propaganda de 1980 com um adesivo 1981 colado por cima do ano. A Chrysler reaproveitou as propagandas de 1980 para 1981).
O Dodge mais raro (menos produzido) foi o Dodge Charger R/T 1980, apenas 19 unidades. Porém outros 2 modelos são tão ou até mais raros hoje em dia: O Dodge SE 1975 (apenas 91 unidades) e o Dodge Charger LS 1975 (apenas 55 unidades produzidas). O Dodge Dart 1981 tem alegadas 17 unidades produzidas. Porém este número não é 100% confiável. Sabe-se que vários Dodge Dart 81 foram exportados para a Bolívia e não estão computados neste número.
Nunca ouve um automóvel Dodge movido a álcool, foram feitos alguns protótipos, mas nunca foi produzido um automóvel Dodge a álcool. O único veículo Dodge à álcool foram os caminhões, com o motor 318 à álcool, apelidado de canavieiro.
Para diferenciar um Dodge de outros carros da época, como por exemplo, um Opala ou Maverick é fácil, pois os modelos da Dodge são mais “quadrados” em comparação a esses dois, porém é muito fácil para quem não conhece muito os detalhes, confundir um Dodge Le Baron com um Ford Landau.










Ford Landau:

Se você me perguntar sobre um carro confortável ao dirigir, no ato virá em minha lembrança o Ford Landau, já tive vários carros atuais e dois antigos, mas confesso, nenhum deles supera o Landau em conforto.
Costumo dizer que se você dirigir um Landau e estiver com sono é um acidente anunciado, pois o carro é macio, leve de conduzir e extremamente silencioso, parece que você está sentado no sofá da sua sala de tão confortável.
Confesso, nunca tive um Landau, mas andei em alguns dos amigos e esse carro, com certeza está na minha lista de “carros que terei um dia”.
O Landau que conhecemos hoje, no início de sua fabricação, não tinha esse nome, começou a ser fabricado nos Estados Unidos em 1959 com o nome de Galaxie 500, aí você vai me dizer: Eu já vi na internet um carro de 1957 com o nome Landau! E eu respondo: Realmente, houve um modelo com o nome Landau, mas apesar de também ser da Ford, era apenas um dos modelos oferecidos pela Lincoln, chamado Lincoln Premiere Landau, não sendo um Landau e sim um Lincoln.
Mas ainda não satisfeito, você vai dizer: Mas não era um Lincoln, era um Cadillac Landau! Tudo bem, também explico: A Cadillac também tinha uma carroceria fabricada sobre encomenda pela Eureka que eram usadas para carros fúnebres e limousines, chamados de Cadillac Landau, mas também não era um Landau e sim um Cadillac com denominação diferente.
No Brasil começou a ser fabricado em 1967 e foi fabricado até 1983, totalizando 77.850 unidades produzidas.
Como já mencionei, começou a ser fabricado com o nome de Galaxie 500 e teve vários nomes durante os anos, para diferenciar os modelos básicos até os tops de linha.
Em 1969, foi lançada a versão LTD do Galaxie, mais luxuosa, com acabamento do painel e das portas melhorado, teto em vinil, ar condicionado e câmbio automático opcional (ou como chamado na época, hidramático).
O LTD foi o primeiro carro brasileiro a ter câmbio automático e o segundo a ter ar condicionado e foi responsável por popularizar esses itens no país.
Logo após, em 1971, a Ford começou a fabricar uma versão ainda mais luxuosa que o LTD, era o LTD Landau.
Já ouvi uma discussão de duas pessoas em que uma dizia que seu pai teve um Galaxie original e a outra pessoa teimava em dizer que era um Galaxie 500 pois nunca existiu somente um carro chamado Galaxie e ele estava enganado, que seu pai devia ter tirado parte do emblema para modificar o carro e o filho do tal proprietário, dizia que não, que o carro era original de fábrica assim.
Realmente, em 1970 a Ford do Brasil lançou o Galaxie Standard ou somente Galaxie. Era uma versão de entrada do luxuoso sedã. Não possuía direção hidráulica, relógio e rádio. Também vinha sem a maioria dos frisos, sem as calotas grandes e pneus comuns sem faixa branca. Ficou conhecido no Brasil como Galaxie “pé de boi”. Em 1972 o Galaxie Standand deixa de ser produzido.
Para 1980 só eram disponíveis os modelos LTD e Landau. Por causa da crise do petróleo, foi lançada a versão com motor 302 movida a álcool com enorme tanque de 107 litros.
Em 2 de abril de 1983 o Galaxie saiu de linha totalizando 77.850 unidades produzidas em seus 16 anos de luxo, Foi um carro que teve muitas inovações durante seus anos de produção, como por exemplo, a primeira calota presa com parafusos (rosqueadas). Neste último ano somente 125 unidades foram produzidas. Nesta época, com o agravamento da crise do petróleo, diminuiu a procura pelos sedãs grandes, o que levou a Ford a encerrar a produção deste que foi o mais luxuoso automóvel produzido no Brasil.
Após o fim da sua produção (1983), o então presidente José Sarney manteve duas unidades a etanol como Carro Presidencial Brasileiro até o fim de seu mandato, em 1990.
Algumas características para você reconhecer um Ford (Galaxie, LTD) Landau:
Todos eles têm um desenho quadrado, são grandes (mais de 5 metros de tamanho) e largos e todos tiveram quatro faróis na frente (nos primeiros modelos em sentido vertical, sendo um sobre o outro e depois passaram a ser dispostos horizontalmente, ficando lado a lado um do outro, sempre em formato circular, nenhum foi feito com faróis quadrados).
Todos os fabricados no Brasil, são 4 portas, nenhum modelo Galaxie, LTD e Landau saiu de fábrica 4 portas sem coluna, conversível ou com duas portas (embora você possa já ter visto alguns modelos Brasileiros assim, na internet, todos foram modificados)
Todos os fabricados no Brasil, tem motor V8, nenhum modelo Galaxie, LTD e Landau saiu de fábrica com motor 6 cilindros (Já vi vários, até mesmo com motores da Ford, porém todos esses foram adaptados, com a maioria do Ford Maverick).
Já vi algumas transformações de Galaxie, LTD e Landau em Limousines, peruas e pick-ups, porém nenhumas delas saíram assim de fábrica, foram todas transformadas com exceção de uma perua Galaxie 1969 feita pela própria Ford para circular dentro da própria fábrica como ambulância.

Abaixo algumas fotos do Landau:








Aero Willys:

Certa vez, um amigo me disse que conhecia um senhor na cidade vizinha que tinha um “Fordão” dos anos 50. Ele achava que era do ano 1950 ou 1951 e fomos até a casa desse senhor para ver o tal carro.
Ao chegarmos já vi logo pela grade dianteira do carro que não era um Ford, mas sim uma Aero Willys 1961 (conhecido como “Aero Bola” por ser mais redondo). Apesar de não ser o carro que tínhamos pensado, era um carro bem interessante, pois até aquele dia, só havia visto modelos iguais em revistas.
Aero Willys foi fabricado pela Willys Overland do Brasil entre 1960 e 1971, mas seu projeto vinha sendo discutido na montadora brasileira desde 1958.
O Aero Willys era um carro herdado de um projeto americano que havia sido desativado por insucesso. Lá as versões desse automóvel eram conhecidas como Aero-Ace, Aero-Eagle, Aero-Wing e Bermuda (um cupê duas portas), fabricados pela Willys Overland dos EUA, com os componentes mecânicos dos Jeep Willys.
O ferramental veio para o Brasil e a Willys começou a produzir automóveis (apenas os modelos 4 portas). Toda a linha Aero foi concebida sobre a plataforma do Jeep, com suspensão e direção do Jeep, e com freios a tambor nas quatro rodas. Eram carros duros, com uma linha arredondada, típica do início dos anos 50, de gosto discutível, pois diziam que eram linhas ultrapassadas se comparadas aos Ford e Chevrolet que eram importados na época, mas que representavam à época, a única opção para quem não quisesse entrar num Simca Chambord e precisasse de um automóvel maior que os Volkswagen, DKW e Dauphine (aliás, muita gente costuma confundir o Aero Willys com o Simca).
Em 1961 a diretoria da Willys Overland do Brasil tomou a decisão de inovar completamente o Aero Willys e torná-lo um carro inteiramente novo, com estilo próprio e linha inédita no catálogo internacional. Entre as muitas novidades internacionais aparecia, um “carrão” com monobloco brasileiro, 110 cavalos no motor, concepção e estilos novos. Era o primeiro carro inteiramente concebido na América Latina.
Em julho de 1963 era lançado o Aero Willys 2600, o primeiro carro genuinamente brasileiro. As primeiras peças, como os primeiros carros eram inteiramente feitas à mão. O sucesso foi imediato, tanto que em 1966 foi lançado uma nova versão mais luxuosa batizada de Itamaraty, também chamado de “Palácio sobre Rodas”. O Itamaraty vinha equipado com acessórios a época sofisticados como bancos de couro e ar condicionado. Em 1967, foi lançada a Itamaraty Executivo, a primeira limousine fabricada em série no Brasil.
Em 1968 a Willys foi comprada pela Ford, que aos poucos foi “fundindo” o Aero Willys no seu Ford Galaxie. Houve uma tentativa de adaptação do motor V8 do Galaxie no Aero. Um dos engenheiros testou o desempenho do automóvel, na estrada para Santos. Entretanto, a falta de estabilidade e deficiência dos freios do carro aliada ao potente motor V8 da Ford, mostrou que não era sensata a continuidade do projeto. Em 1971 a Ford anunciou que aquele seria o último ano de fabricação do automóvel, devido à queda nas vendas. Em 1972 foram vendidos os últimos Aero e Itamaratys, sendo sua mecânica utilizada como base do futuro Maverick, em 1973.
O Aero Willys Brasileiro sempre foi construído com 4 portas, nenhum modelo saiu de fábrica 2 portas coupê ou conversível (embora tenha alguns projetos construídos muito bons na internet).
Também nunca houve nenhuma Aero Willys perua original de fábrica.

Abaixo algumas fotos do Aero Willys:







Simca:

“Meu pai comprou um carro, ele se chama Simca Chambord” assim já contava a banda Camisa de Venus na década de 80 com uma homenagem a um dos carros mais icônicos da indústria nacional.
Sempre que eu escrevo em qualquer lugar a palavra Simca, todos que não conhecem o carro ou sua história me corrigem, “Não se coloca a letra M antes do C”, e tenho que explicar que Simca é nome próprio e é uma contração de Société Industrielle Mécanique et Carrosserie Automobile.
A Simca do Brasil foi uma subsidiária brasileira da Simca francesa, fundada em 5 de maio de 1958 na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Porém, por motivos operacionais e logísticos (proximidade dos fornecedores de autopeças e do maior mercado consumidor do país, entre outras), a empresa decidiu fechar o escritório mineiro e concentrar suas atividades em São Paulo, onde construiu a sua fábrica de automóveis em São Bernardo do Campo - SP.
O modelo básico produzido pela empresa a partir de 1959 foi o Simca Chambord, inspirado no Simca Vedette Chambord francês. O primeiro Chambord a sair da linha de produção foi oficialmente entregue ao presidente Juscelino Kubitschek no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
No auge da produção (1964-1965), a empresa chegou a ter 2.300 funcionários. Em 1965, começaram a circular boatos que a Chrysler americana, proprietária da Simca francesa iria assumir o comando da filial brasileira, o que acabou ocorrendo no segundo semestre de 1966. Durante alguns meses, a marca Simca foi mantida, mas, a partir de agosto de 1967, a Simca do Brasil deixou de existir e assim, nascia a Chrysler do Brasil.
Os modelos de Simca fabricados no Brasil foram os Simca Chambord, Simca Alvorada, Simca Rallye, Simca Profissional (também conhecido como Simca “pé de boi”), Simca Regente, Simca Esplanada, Simca Presidence, Simca GTX, e a charmosa perua Simca Jangada, com algumas variações de modelos, como por exemplo, o Simca 3 andorinhas, Simca Rallye Especial, etc.
Alguns dizem que os primeiros Simca eram tão problemáticos e frágeis que chegavam até a soltar o para-brisa nas péssimas estradas brasileiras (as estradas não evoluíram muito dos anos 60 até hoje, continuam péssimas).
O Simca teve apelidos como “O belo Antonio” (personagem do filme ítalo-francês de 1960 que sempre “falhava” na “hora H”) e leite Gloria (desmancha sem bater) entre outros, devido a sua fragilidade e projeto cheio de problemas.
Mesmo depois do projeto ser atualizado para a nossa realidade (a França tem estradas bem melhores que o Brasil), a má fama do carro já estava disseminada no país.
Alguns diziam que o projeto do carro era ultrapassado, com o seu desenho da carroceria que lembrava em muitos aspectos um Chevrolet Bel Air 1957, porém mal acabado e em tamanho menor.
Outros achavam o carro atraente e elegante, por ter um designer Francês.
Nenhum Simca brasileiro foi fabricado na versão 2 portas e conversível, assim como as charmosas peruas Simca Jangada, nunca foram fabricadas em modelos duas portas (se fosse, seria provavelmente comparada a Chevrolet Nomad).
Talvez um dos modelos mais conhecido seja o Simca usado no seriado brasileiro "O vigilante rodoviário" nas cores amarelo e preto.
Sendo mal visto ou amado por muitos, o fato é que a Simca deixou sua marca na história da indústria nacional, Mas como dizia a música do grupo Camisa de Venus : “Eles fizeram pior, acabaram com o Simca Chambord”

Abaixo algumas fotos do Simca:

 
 






















Por enquanto são esses os nacionais para você ir se familiarizando, mas tem muito mais, ainda faltam carros como o Fusca, a Kombi, MP Lafer, Volkswagen TL 1600, Volkswagen Brasília, Ford Corcel, Volkswagen Karmann Ghia, Volkswagen SP 2 entre outros.
Em breve tem mais...